Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Às voltas com a saudade

S de Saudade (Fotografia de Rafael Nogueira )

Umas palavras sobre a saudade escritas do outro lado do oceano. É por isso que há algumas coisas que se escrevem de outra maneira de como vocês aprenderam.

Eu estava pensando, sinto falta de muita gente na minha vida, pessoas e amizades que passaram e que não voltam mais, outras que passaram e sabe-se lá Deus onde estão agora, outras que eu vejo de vez em quando, outras que estão sempre do meu lado, mais ainda sim, distantes. São, e foram, tantas promessas de "temos que nos ver mais", "nos vemos essa semana sem falta", "temos que combinar de sair juntos mais vezes", "tô com saudade, vem me visitar?", que não foram cumpridas que eu até perco a conta, e isso é tão chato. Encontrar alguém que você gosta, abraçar, rir, contar tudo, pôr o assunto em dia, e depois dizer tchau e ficar mais um longo intervalo de tempo sem ver de novo é triste, às vezes penso que seria melhor não ver então, que é pra não dar o gostinho. Pior também é ter aquele GRANDE AMIGO que mora em uma GRANDE distância. Acho que saudade foi inventada por alguém sozinho, que não tinha nada pra fazer, é, pode até ser, mas era uma saudade diferente, uma saudade de tudo aquilo que não foi visto ou sentido, e foi inventado para que as pessoas sintam como é ser sozinho. Contradição: ser sozinho e sentir saudades. Isso até existe né?! No fim, saudade existe pra aprendermos a dar valor, a aproveitar o agora, aproveitar aquele momento que ninguém sabe quando vai acontecer de novo, antes que fique no ar um "temos que nos ver mais" que não vai ser cumprido.

Fernanda Gaseta