Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

"Não fui eu..."



Quem não disse isto em criança, ou qualquer coisa semelhante, perante a pergunta da mãe: "Quem é que fez isto?"


Não fui eu, foi o meu irmão / a minha irmã / o Carlos / a Maria...




O Poço da Morte ao vivo



Este senhor tem 80 anos, mas continua subir à sua mota e dar voltas no Poço da Morte. Alguém já viu este espetáculo?

O grande cantor português Sérgio Godiho tem uma canção intitulada "Antes o Poço da Morte", que revisitou com os Xutos & Pontapés,no álbum O Irmão do Meio. Esta canção foi publicada há tempo no blogue, mas por causa da notícia, dá muito jeito. Aliás, vamos ver que a letra é muito boa. No fim de contas, trata-se da vida e da nossa atitude perante ela.

Vemos em primeiro lugar a notícia e depois ouvimos a canção e cantamos com eles! Ficar parado? / Antes o poço da morte  / que tal sorte. 


ANTES O POÇO DA MORTE

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente roda e gira e gira
a gente joga tudo
a gente arrisca a vida
a gente roda e gira
rumo à terra prometida
e quando lá chegamos
já a encontramos revolvida
a terra que sempre se desejou
e que se deixa de reconhecer
no dia em que se vai p'ra lá morar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca!
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente roda e nos ouvidos
os motores vão formando melodias
cantadas logo em coro
P'ra conjurar avarias
que os motores nunca falhem
que esta vida são dois dias
são viras e são rocks e são hinos
que a gente deixa de saber de cor
no instante que se acaba de cantar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca!
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente gira contra ventos e marés
e tempestades e tornados
como os miúdos teimam
em ficar acordados
e lutam contra o sono
com os olhos arregalados
assim nós também p'ra lá da fadiga
giramos acordamos e dizemos:
eu tenho a morte toda p'ra dormir

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal a sorte

Como o poço da morte
como o poço da morte
a gente roda e gira e queima o tempo
e queima gasolina e queima etapas
a gente puxa o brilho
aos motociclos e nas chapas
reluzem nossos fatos
nossas botas, nossas capas
e com a certeza já de estontearmos
ligamos os motores um dia mais
E vai de roda e gira sem parar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte













quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

domingo, 22 de janeiro de 2017

Festival de Paredes de Coura 2015



Estamos a falar dos festivais de música que há em Portugal, está no nosso livro. Para conhecerem um dos mais famosos, cá temos umas imagens do Festival de Paredes de Coura de 2015.




terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Revisão do Presente dos verbos irregulares



Reparem nas formas a negrito. Pelo que vimos no teste, alguns alunos do 3º ano já se tinham esquecido delas. Podiam tê-las estudado, mas não o fizeram. É pena.

Agora que vamos começar o estudo do Pretérito Perfeito Simples, não se podem esquecer de maneira nenhuma do Presente. Isso tudo deve ficar bem guardado aí, na cabecinha, para usar quando for preciso.

São coisas que acontecem com todas as línguas estrangeiras. Avançamos e de vez em quando temos de rever matéria que ficou para trás e e de que podemos precisar para dizer o que queremos.




"Así nos ganan en Pisa los estudiantes portugueses"

Escola Secundaria Don Sancho II en Elvas (Foto: J. V Arnelas)


Este artigo é "já antigo".... Foi publicado no diário Hoy a 16 de dezembro de 2016. Cá está o início do artigo e o link para o ler completo.


Así nos ganan en Pisa los estudiantes portugueses

Portugal mejora en cada informe PISA, que mide la aptitud en Ciencias, Matemáticas y Lengua, y ya saca 21 puntos a los estudiantes extremeños
Más horas en institutos con mejores recursos y mayor respeto a los profesores son algunas de las claves

La primera gran diferencia entre un instituto de Secundaria portugués y otro español es que allí los alumnos tienen clase también por la tarde. La segunda es que en el país luso a ningún profesor se le tutea y cobran un 40% menos que los españoles.

Por lo demás, un sistema y otro comparten muchas características: leyes educativas que cambian según el gobierno, inestabilidad laboral en el cuerpo docente, diferencias en resultados entre norte y sur a favor de los primeros, un ratio de entre 28 y 30 alumnos por aula y unos recortes brutales en el presupuesto para educación en los últimos años, sobre todo en el caso de Portugal desde que fue intervenida por la Troika entre los años 2011 y 2014.

Sin embargo, los adolescentes del otro lado de la frontera rinden mucho más. Si se les somete a una evaluación idéntica en Matemáticas, Ciencias y comprensión lectora, los alumnos portugueses no es que superen de largo a los españoles, es que cada vez sacan mejores notas.

La divulgación de los resultados del último informe PISA, que nació en el año 2000 y cada tres años da lugar a una clasificación que ordena de mejor a peor a los alumnos con quince años de los países desarrollados (OCDE), ha vuelto a confirmar que en Portugal no dejan de superarse a sí mismos.

Artigo completo aqui.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Mais uma da Livreira Anarquista




O contexto. Uma mulher que trabalha numa livraria lisboeta, recolhe as perguntas, dúvidas, etc. de alguns clientes. Não é a brincar. Ela não inventa, nem precisa. Transcreve as palavras desses clientes, ou fregueses. A vida fornece, por vezes, coisas assim, e com muita frequência ultimamente.

O que é que vocês acham? Seriam capazes de encontrar o livro pelo qual pergunta o freguês?



O enigma de Einstein

“Eu queria um livro que esteve ali na montra há uns tempos mas que agora já não está. Onde é que está?”

* * * * * * * * * 

(Pista: a referida montra pode exibir cerca de 30 títulos que mudam todas as semanas)




sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

"Sampa" do Caetano para a Larissa

""Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João..."
(Fotografia de Renata Pancich)


Os nascidos na cidade brasileira de São Paulo, capital do estado do mesmo nome, são chamados paulistas. A Larissa, uma menina brasileira que chegou há pouco à nossa escola, não nasceu na capital mas numa cidade desse grande estado: Hortolândia (209 139 habitantes, segundo estatísticas de 2013). Tanto faz. Vamos dar-lhe as boas-vindas com uma canção composta pelo baiano Caetano Veloso quando lá chegou. Intitula-se Sampa, que é como os os paulistas chamam também esta cidade.

Bem-vinda, moça!

Para aqueles que não saibam, eis alguns dados sobre a cidade de São Paulo (inclui um link):

São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul do mundo: tem por volta dos 11 milhões de habitantes, mas, se for considerada a região metropolitana, ou seja, os 38 municípios que circundam a capital, a população chega a aproximadamente 19 milhões de habitantes (imaginem!). E reparem nas fotografias em baixo.


SAMPA

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa




Cá em baixo uma versão mais recente, e ao vivo, do próprio Caetano Veloso mais a Maria Gadu.





Vista aérea de S. Paulo (Fotografia de Cândido Neto)


Um dos parques da cidade, o Parque do Ibirapuera




Hoje é dia de azar?



O dia de azar em Portugal não é terça-feira, 13, mas sexta feira, 13. E no Brasil também, e em tantos países...

É claro que o azar pode acontecer em qualquer dia, não é?Alguém de vocês é supersticioso?








quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Adeus a Mário Soares




Ilustração de André Carrilho publicada no Diário de Notícias, 10 de janeiro de 2017.



"Morreu Mário Soares"




terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Uma citação de Dostoiévski (e mais alguma coisa)



Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (em russo: Фёдор Миха́йлович Достое́вский, Fyodor Mikháylovich Dostoyévsky; 1821 — 1881) foi um escritor, filósofo e jornalista russo, considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos.

(Wikipédia)

Nota. Não é preciso reparar muito para apreciar que o russo tem um alfabeto diferente do nosso, latino, pois não? Chama-se alfabeto cirílico.





Alguém é capaz de me dizer o que esta escrito cá em baixo?






segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Boa viagem à Itália!



Uma boa parte dos alunos do 4º ano viajam à Itália. Partem para Roma na madrugada de terça-feira (faltam poucas horas; ai, que nervos!) e voltam no sábado.

Espero que eles se divirtam e aprendam muito. 

Ci vediamo lunedì prossimo!






Morreu Mário Soares


No passado dia 7 morreu em Lisboa uma figura muito importante da política portuguesa contemporânea, Mário Soares. Temos cá uma breve introdução tirada da Wikipédia e, a seguir, um excerto da notícia publicada no diário Público.


Mário Alberto Nobre Lopes Soares (Lisboa, 7 de dezembro de 1924 – Lisboa, 7 de janeiro de 2017) foi um político português.

Político de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de 1973, o percurso de Mário Soares inicia-se nos grupos de oposição ao Estado Novo, atividades que levariam o governo de Salazar a deportá-lo para São Tomé, onde permaneceu até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o exílio em França.

No processo de transição democrática subsequente ao 25 de abril de 1974 afirma-se como líder partidário no campo democrático, sendo ainda Ministro de alguns dos governos provisórios. Em seguida foi Primeiro-Ministro dos I, II e IX governos constitucionais, acompanhando o processo de construção de políticas sociais pré-adesão às Comunidades Europeias.

Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1986 e 1996.

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Morreu Mário Soares. Adeus a um português maior

Ex-Presidente da República tinha 92 anos.

Hugo Daniel Sousa
7 de Janeiro de 2017

Lutou como poucos contra a ditadura, foi preso, casou na prisão, teve de deixar o país. Regressou depois do 25 de Abril para ser um pouco de tudo na política (deputado, ministro, primeiro-ministro, Presidente da República e eurodeputado). Mário Soares, o rosto maior da democracia portuguesa, morreu neste sábado aos 92 anos, avançou a Lusa.

(...)

Quem olhar para os últimos 50 anos da história de Portugal vai encontrar sempre Mário Soares: no ataque à ditadura, na libertação democrática, na resistência ao comunismo, na opção europeia, na solidez democrática. Foi, nos momentos decisivos, o líder de que Portugal precisava – e é por isso que hoje o país lhe deve muito.

As suas exéquias fúnebres decorrem segunda e terça-feira. (...)


Mário Soares destacou-se desde cedo na política. Ainda como estudante universitário (licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas em 1951 e em Direito em 1957), foi secretário da Comissão Central da Candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República, em 1949, e estaria 11 anos depois na Comissão da Candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.

Fez parte de vários movimentos de oposição à ditadura do Estado Novo, o que lhe valeu ser preso 12 vezes pela PIDE, a polícia política do regime. Cumpriu quase três anos de prisão e foi na cadeia, em 1949, que casou com Maria de Jesus Barroso. Foi deportado para São Tomé em 1968 e dois anos depois obrigado a exilar-se em França.

Foi no exílio que se tornou um dos fundadores do Partido Socialista, em 1973, e assumiu o cargo de secretário-geral dos socialistas durante praticamente 13 anos.

Regressou a Portugal três dias depois da revolução de 25 de Abril de 1974 para uma intensa actividade política, que o levou a ser uma espécie de farol da democracia portuguesa.

(Notícia completa no diário Público, 7-1-2016)


Retrato oficial do Presidente Mário Soares (1992), por Júlio Pomar.


Mário Soares em Lisboa, em maio de 1974, no mês seguinte à Revolução dos Cravos


1968 - Mário Soares detido e deportado (Entre as brumas da memória)




Quem conta um conto acrescenta um ponto





2. «Quem conta um conto acrescenta um ponto» é uma «expressão que se utiliza para indicar que cada pessoa relata um mesmo acontecimento ou facto acrescentando pormenores da sua autoria» [in Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora].



Voltamos com Sophia de Mello Breyner Andresen



As férias terminaram, ai que pena! e toca a trabalhar, vocês sabem bem isso, embora muitas vezes disfarcem, percebem?

Vamos aí! Força! E voltamos com um poema da grande Sophia de Mello Breyner Andresen. Reparem nesses versos, que beleza:

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.



Bem, vamos ler o poema completo:


PIRATA

Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.

Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.

Sophia de Mello Breyner Andresen